Em exercício, fuzileiros navais invadem o porto

Título original: Fuzileiros navais “invadem” Porto em exercícios contra sabotagem e invasão

A área portuária de São Sebastião tem se apresentado com um grande destaque no cenário nacional de embarque e desembarque de cargas. É uma referência quando o assunto é a Bacia de Santos e o Pré-Sal. Pelo Porto passa mais da metade do petróleo distribuído no Brasil. É considerado uma área abrigada em função de Canal de São Sebastião. E está perto de ser ampliado, mais que triplicando sua movimentação.

E foi com esse cenário pronto que um grupo de fuzileiros navais composto por mais de 350 homens passaram os últimos três dias em exercícios de defesa das suas margens. Nada do que entrou ou saiu pelas dependências do porto deixou de ser revistado pelos homens que ‘invadiram’ as instalações portuárias.

Na definição do delegado da Capitania dos Portos de São Sebastião, capitão-de-fragata Márcio de Vasconcellos Rocha, o porto local é considerado seguro, mas não ao ponto de achar que não pode ser atacado. “Por isso, os exercícios são importantes para conhecermos os nossos pontos fracos”, explicou.

Sob o comando do capitão-de-corveta Rodrigo Moussalle Bueno, os fuzileiros se espalharam pelas instalações fazendo o treinamento de defesa dessa região. “Os exercícios são para aperfeiçoamento e detecção de possíveis falhas de forma que possam ser corrigidas”, explica.

Questionado sobre um possível risco de ataque terrorista, o comandante afirma ser difícil, mas aponta que a utilização de outros meios, como sabotagem, com ataques às instalações e equipamentos não podem ser descartados.

Uma das formas de ‘infiltração do inimigo’ poderia ser por mergulhadores, por exemplo. Por isso, este tipo de ação também foi planejada e avaliada pelo comando dos fuzileiros navais.

Já a Capitania dos Portos de São Sebastião participou com 120 homens, além das embarcações – as lanchas Perequê e Pampu, de São Sebastião, e Cação, de Santos, e o bote Vitória. Coube aos marinheiros a abordagem às embarcações que acessavam o cais público. Os navios que deveriam participar do treinamentos foram destacados para outras missões.

Repercussão

O presidente da Companhia Docas (CDSS), responsável pela administração do Porto de São Sebastião, Frederico Bussinger, destacou a importância desse tipo de ação na área portuária. “O Porto de São Sebastião tem sua relevância junto ao cenário nacional e está inserido dentro do contexto de exploração da Bacia de Santos e do Pré-Sal”.

Ele destacou ainda que, “diante disso tudo é importante a Marinha estar se equipando para defender a costa brasileira, considerada a Amazônia azul”.

Com relação ao risco de sabotagem, por exemplo, Bussinger destacou que os homens da Marinha são habilitados para a identificação das áreas consideradas frágeis, passíveis de ataques, assim como a melhor forma de defesa. Morador em Ilhabela, José Carlos Moreira, 37 anos, disse embora soubesse que haveria exercício no Canal, ainda assim de surpreendeu com a movimentação. “A gente estranha quando vê essa movimentação de homens armados”, disse ele que pegou a balsa de Ilhabela para São Sebastião.

Publicada no Jornal Imprensa livre, em 25/11/2010 – http://www.imprensalivre.com.br 

 

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